Com a produção sempre espetacular de Emerson Pinheiro, Liberta-me
é o nono álbum de estúdio gravado por Fernanda Brum. Lançado pela
gravadora MK Music, o álbum foi lançado no dia 23 de agosto de 2012.
A produção e as primeiras pré-audições começaram já em maio, com
Emerson e Marina de Oliveira. Com o passar das semanas, a obra foi se
produzindo e, em junho, foi finalizada. Desde o início, como o próprio
Emerson falava, o tema do trabalho seria libertação: “A libertação atua
em várias áreas da nossa vida, emocional, espiritual, física...” O
anúncio do novo álbum da cantora aconteceu no início de julho, pelo
Twitter da cantora, divulgando o nome do mesmo. Na ocasião, ela falou:
“Só posso dizer que vocês vão amar esse novo trabalho. Está lindo e irá
abençoar vidas” .
A partir disto, foi iniciado o projeto gráfico, mais uma vez
assinado pela mineira Quartel Design – a mesma Belo Horizonte onde foram
registradas as fotos para o álbum. Entretanto, foi feito algo diferente
quanto à escolha do álbum; o público escolheu entre duas capas,
exibidas no seu Twitter: uma em tons branco/creme, com algumas
borboletas e pinturas à volta de Fernanda com roupas de couro pretas; a
outra com tons verde e marrom, em um jardim com árvores, onde Fernanda
aparecia sentada em um vestido branco, segurando uma gaiola, como se
estivesse soltando borboletas.
O público escolheu a primeira capa – que você vê ao lado. Minha
opinião sobre a capa é simples: o peso da música principal combina mais
com o peso da primeira capa do que com a suavidade da segunda. A ideia
da barra na diagonal, cortando o CD ao meio, foi criativa. No mais, uma
excepcional produção da Quartel.
A divulgação do CD começou e no início de agosto a música de trabalho,
Liberta-me, foi divulgada em lançada nas rádios do Rio de Janeiro. Agora, todos temos acesso à esse espetacular trabalho. Vamos a análise
Começamos exatamente com a faixa principal -
Liberta-me,
composta por Fernanda e pela cantora Arianne. A introdução, com a
percussão leve e o peso das cordas, já mostra que a faixa é forte.
Fernanda Brum sempre foi ótima em cantar músicas fortes, dando um peso e
força maior à sua voz – o que é ótimo e é pouco explorado na música
gospel. Nessa música não é diferente. O pré-coro começa a mostrar que o
trio percussão + orquestra de cordas + voz torna essa como a melhor
música do CD. Um backing vocal que aparece em alguns momentos, mas com
qualidade, dá o toque perfeito com a voz de Fernanda. A letra, que fala
sobre o nosso clamor a Deus para que nos liberte, fecha com perfeição.
Espetacular!
Um arranjo que me lembra A tua glória faz e Enquanto eu chorava – ambos do álbum anterior, temos
Cacos pelo chão,
que é de Emerson. Dá pra notar o dedo dele no arranjo, que é leve no
início, apenas no piano – combinado com a suavidade de Fernanda. A
parada para vir o coro traz uma força muito forte no mesmo – aliás, o
coro é lindo demais, não só na letra, mas na música principalmente: “Com
o que restou, ergue outra vez; podes reconstruir com o que sobrou de
mim”. Mais uma vez, as cordas (com destaque para a guitarra) e a
percussão mostram uma música forte – principalmente no solo. É de
arrepiar, sem dúvidas. Que música!
Sem introdução, mas com um início apenas no piano + voz – incluindo
um efeito semelhante ao da música Jesus é o Caminho, de Heloísa Rosa,
temos
Tu me amas, de Cláudio Claro. É uma música diferente na sua
letra – traz uma mensagem de Cristo à sua igreja, mas usando trechos de
sua palavra nos evangelhos, inclusive com o coro “Tu me amas Simão? Me
amas Simão? Me amas Simão Pedro?” Confesso que não gostei da percussão –
aliás, pra mim, a música não precisava ter percussão, como no início da
mesma. Destaque para o lindo solo de violino.
Nosso querido Luiz Arcanjo escreveu
Um santuário cheio da tua glória,
que é uma das mais lindas do CD – só de ler a letra eu chorei. Apenas
no piano e no fundo leve, as duas estrofes se desenvolvem com ótima
métrica – que desemboca no coro que é perfeito. Diferente das canções
anteriores, a leveza da canção é o que se nota. A canção fala sobre que o
maior santuário somos nós, vasos que devem derramar da glória de Deus
nas nossas vidas. O jogo da voz com o backing é legal. Como estamos
acostumados, um solo com peso da guitarra abrilhanta a bela canção.
Outra vez Cláudio escreve – dessa vez,
Uma só voz, que é leve
novamente, como na introdução. Fala sobre a unidade e a comunhão, que
deve ter como foco um único Senhor e Salvador, que nos ajudará a vencer o
mal. Se caracteriza por versos curtos, o que dinamiza a canção. Traz
algo diferente, que é cantar toda a canção e, depois, cantá-la novamente
em um tom maior. A combinação do piano + violinos é linda. Um arranjo
diferente, com muita qualidade e leveza.
Deus mandou
traz um estilo diferente para Fernanda Brum, com
um pop rápido muito legal. A introdução da percussão e com metais é
perfeita, e com as paradinhas dos metais, fica fantástica. A música é
simples – até mesmo boa para cantar nas igrejas: “Deus mandou, vou
jogar, minha rede sobre o mar; Deus mandou, vou plantar, vida nova
brotará”. O backing nesse tipo de canção precisa demonstrar grande jogo
de cintura e qualidade – e isso não faltou nessa canção. Uma faceta
pouco vista por Fernanda, que mostrou que se sai muito, muito bem. O
solo, no meio da canção, é típico dos grandes jazzes americanos.
Fantástica!
Prosseguimos com Forte e poderoso, de Rodrigo Claro, que
também é rápida. Uma introdução com uma guitarra forte, contrastando com
os violinos e o piano, é muito interessante. As estrofes, bem leves,
trazem a percussão e as vozes – já com o backing. O coro, igual a
introdução é forte: “O nosso Deus é forte e poderoso, forte e poderoso,
não conhece o que é perder”. Com direito a um rap do coro no meio da
canção, ela fala que o nosso Deus é forte nas batalhas. Bela canção.
Emerson Pinheiro e Arianne são os autores de Nada pode me separar,
que é uma canção rápida novamente. Uma introdução que combina uma
percussão com quebradas e metais muito bem conduzidos, levam a uma
estrofe curta, mas com arranjos e backings que dão outro nível. O coro
traz de tudo um pouco: piano, cordas, metais, voz, e lá se vai. A música
tem arranjos completamente diferentes, não só de Fernanda, mas do que
ouvimos de novo esse ano. Em alguns momentos, me lembra até de Canaã,
do CD Quebrantado coração.
Temos ainda Saindo do casulo, com o nosso grande Marcelo
Manhãs. Uma percussão soft com o piano e violão, traz uma música um
pouco acústica. Uma canção bem leve, que só ganha peso após o coro – mas
nada que a deixe tão forte. Como as borboletas que estão na capa do CD,
a música fala que nós precisamos romper nosso casulo e fortalecer
nossas asas – asas da liberdade. Gosto do backing.
Prosseguindo: Rasgando o coração, da sua amiga Eyshila, traz as
cordas na introdução, com alguns efeitos muito interessantes. Um grande
exemplo de que a Fernanda também é ótima no seu timbre mais suave.
Gosto da sequência de acordes do coro – pouco comum. A letra é muito
boa: “Eu troco o meu pecado pela salvação, eu escolhi a vida abundante
de Deus...”. Acho que em alguns momentos o backing apareceu um pouco
mais do que a própria Fernanda. No mais, boa canção.
O trio de Fernanda, Emerson e Kleber Lucas compuseram Preciso de uma chance,
que fala sobre o poder do toque nas vestes de Jesus – uma única chance
de tocar lá. A letra me lembra um pouco o estilo petencostal. As caídas
de notas são um toque a parte, mas o conjunto da obra – incluindo o
backing muito bem colocado – faz a diferença nessa canção.
Dia feliz
, de Cláudio, traz uma letra muito legal – podemos
dizer que é até um poema. A interpretação de Fernanda Brum não deixa
nada a desejar, a uma música que desvia um pouco do comum de ouvir dela.
O solo de sax – que eu amo – é muito lindo. Com a condução pela
percussão, com algumas quebradinhas, temos uma música nota 10 – sem
contarmos com o backing, que foi mais leve, mas perfeito.
Fernanda e Emerson, com Tanto assim. Outra música suave, mas
com uma letra pequena e simples. Um arranjo bem simples, básico, mas que
mostra que o básico pode, sim, ser completo. A segunda vez da estrofe,
com todos cantando, é muito bela. Quando ouvimos o coro, nos espantamos,
pois é bem diferente da condução da música – inclusive nos acordes.
Como diz a letra, nossos corações não entendem como pode Deus nos amar
tanto assim... Muito linda.
Seja bem-vindo
, com Geraldo Guimarães e Renato César, é, sem
dúvida, uma das mais lindas do álbum, na sua letra, que convida o
Espírito a estar conosco e nos conduzir em todos os momentos. Novamente,
aparece a combinação da primeira parte mais suave e da segunda mais
forte. O todo traz uma canção que é quase uma oração. Não sou muito fã
do backing, mas é uma canção tocante.
Pra encerrar, Todo poderoso, com Fernanda e Emerson. É uma
letra curta, simples, que fala sobre o seu poder e o arrebatamento. A
música traz novamente o peso das músicas iniciais do álbum, incluindo as
cordas – principalmente no coro. A ministração após o coro, é
sensacional, de arrepiar – algo que a Fernanda é acostumada a fazer. O
CD começou e terminou com uma música com peso e mostrando quem é
Fernanda Brum.
Amados, eis o novo álbum de Fernanda. Sem dúvidas, não só pela
qualidade do mesmo, mas também pela grande Fernanda Brum, uma das
melhores cantoras do nosso meio. Notamos muitas coisas novas no CD, mas a
bela voz e a produção excepcional de Emerson sempre estão no meio.
Compre. Vale a pena ouvir!
Deus te abençoe!
Fonte: Super Gospel